11/06/2021

Estudos da Nova Ferroeste mostram impactos positivos para a indústria

Economia com transporte de cargas pode chegar a 30%; Sistema Fiep aponta ganhos socioeconômicos para a região


Com um grupo de trabalho em atividade desde o segundo semestre de 2020, o Paraná se organiza para otimizar o uso de ferrovias no estado. Atualmente, apenas 23% do volume de cargas que chega ao Porto de Paranaguá utiliza o modal ferroviário. A partir da remodelagem de trechos importantes que ligam regiões produtivas do estado, a expectativa é que esse volume chegue a 50%, equiparando-se ao transporte por rodovias. Com isso, o setor industrial poderá reduzir custos: “O transporte por ferrovias pode ser até 30% mais barato, desde que tenhamos uma infraestrutura moderna, e é justamente este o foco do grupo de trabalho, que reúne representantes da sociedade civil, entidades privadas e de órgãos públicos”, conta João Arthur Mohr, gerente de Assuntos Estratégicos do Sistema Fiep.


Para equilibrar os meios de escoamento da produção do Paraná, há alguns projetos em andamento e um deles é o da Nova Ferroeste. Estão previstos 1.285 km de novos trilhos que farão parte de uma malha interligando o Paraná, o Mato Grosso do Sul e o Porto de Paranaguá. O coordenador do projeto na Secretaria de Planejamento e Projetos Estruturantes do Governo do Estado Paraná, Luiz Henrique Fagundes, destaca que “se essa ferrovia estivesse funcionando hoje, teria, entre exportação e importação, capacidade de trafegar para o Porto de Paranaguá 26 milhões de toneladas/ano. Considerando o tráfego interno, atingiríamos o número de 38 milhões de toneladas por ano”.


Impactos positivos


Em 2020, o volume transportado por ferrovias no oeste do Paraná foi de 1,38 milhão de toneladas, um aumento de 21,3% na comparação com 2019, de acordo com a agência de notícias do estado. O trecho é utilizado especialmente para escoar a produção de soja, milho, farelo e outros produtos como carnes congeladas, cimentos, adubos, fertilizantes e combustíveis. A Nova Ferroeste vai passar por 49 cidades paranaenses e interligar o estado a Maracaju (Mato Grosso do Sul). Será o segundo maior corredor de grãos e contêineres do Brasil, batizado de Corredor Oeste.


O gerente de assuntos estratégicos do Sistema Fiep, João Arthur Mohr, destaca outros ganhos para a indústria: “os traçados serão novos e mais modernos, com rampas suaves, raios de curvas maiores e túneis com altura suficiente para tráfego de composições double stack (dois contêineres empilhados). Além disso, o traçado encurta em 100 km, com o Porto de Paranaguá, a ligação entre Cascavel, Guaíra e Maracaju, o que também reduz custos”, diz.


Com a Nova Ferrroeste, a indústria paranaense deve dar um salto em competividade e os benefícios vão além da economia. O modal ferroviário emite 5 vezes menos carbono por tonelada transportada e proporciona melhorias sociais, como redução de acidentes nas estradas e mais qualidade de vida para os caminhoneiros, que não precisarão passar tantos dias em viagem. “O transporte de um contêiner de Cascavel a Paranaguá leva em média cinco dias pelo modal ferroviário. De acordo com a projeção dos estudos da nova ferrovia, esse trecho pode ser feito em 20 horas. É um impacto socioeconômico muito grande”, completa Luiz Henrique Fagundes.


Próximos passos


No início de maio, o grupo de trabalho do plano ferroviário paranaense se reuniu com representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do Ministério de Infraestrutura e do Ministério da Economia. O encontro aconteceu no Sistema Fiep, que representa os interesses da indústria paranaense na continuidade do projeto. Os estudos de viabilidade devem ser concluídos até setembro, com expectativa de colocar a ferrovia em leilão de concessão no primeiro trimestre de 2022. As obras deverão ser executadas pela empresa que vencer o processo.


Fonte: G1

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