30/04/2009

Dia do Ferroviário: toque feminino enriquece rotina ferroviária

A atividade ferroviária tem sido fundamental para o desenvolvimento econômico/estrutural de diversas regiões do país e do mundo. Seja no transporte de cargas ou passageiros as ferrovias têm até hoje destaque como forma segura e de melhor custo/benefício em relação a outros modais.

No dia 30 de abril, comemoram-se 155 anos da inauguração da primeira ferrovia brasileira, a Estrada de Ferro Petrópolis, no Rio de Janeiro. A data também celebra o dia do ferroviário.

No sul de Santa Catarina as ferrovias se tornaram realidade em 1884, com a construção da companhia Donna Thereza Christina. Linha férrea que foi criada para levar o carvão das minas da região de Lauro Müller, até o porto de Imbituba, e posteriormente foi estendida até Urussanga, Criciúma, Araranguá e Siderópolis.

De lá para cá se podem ressaltar diversas mudanças. Além da privatização do sistema em 1997, quando concessionárias assumiram as malhas ferroviárias em todo o país, nos últimos anos a entrada de mulheres, em um mercado que era predominantemente masculino, vem aumentando.

“Acredito que o aumento na procura pelo trabalho feminino em geral se deve a peculiaridades da mulher na realização das atividades. Como por exemplo, sensibilidade, organização, sutileza e visão sistêmica”, justifica a Gerente do Departamento de Gestão de Pessoas da Ferrovia Tereza Cristina, Eliane Maria Fernandes de Souza. “A facilidade da mulher de se relacionar e perceber o que ocorre ao seu redor refletem diretamente na harmonia do ambiente de trabalho” completa Eliane.

Na FTC, concessionária responsável pela malha ferroviária da região Sul de Santa Catarina, elas já somam 13% do quadro de funcionários, e 48% dos estagiários.

Eliane é ferroviária há mais de 30 anos, e atualmente exerce na empresa um cargo de liderança. Ela conta que por mais que sejam tratados de forma igualitária homens e mulheres possuem características diferentes. “A sensibilidade, por exemplo, pode ser vantagem na resolução de muitos problemas, no entanto prejudicial em outras situações. Mas, ao adquirir experiência, a mulher aprende a contornar melhor essas dificuldades”, explica.

Conquistando espaços

Durante quatro anos Lizimeri Lisboa Castro foi a única mulher em seu setor, a Oficina de Locomotivas da FTC. Lize, como é chamada pelos colegas, é a única mecânica de locomotivas do Estado. Recentemente ela ganhou companhia na área, com a contratação de uma estagiária. No entanto, do começo solitário na área ela guarda lembranças de algumas dificuldades, logo sanadas.

“No início minha presença surpreendia os desavisados. Eu já tinha certeza do que queria, mas sentia a insegurança dos colegas com relação a minha escolha”, relata Lizimeri.

Lize também diz que mesmo que existisse vantagem em ser mulher na sua área, não se sentiria bem com nenhum privilégio. “Trabalho de forma igualitária com meus colegas. Se for para ser reconhecida, que seja pelo meu trabalho, por ser uma boa mecânica e não por ser uma mulher na graxa’”, declara.

Apaixonada pelo que faz, Lize acredita que o pequeno número de mulheres neste universo de trabalho se deve a pouca divulgação da realidade da área. “Penso que existe certo preconceito, e por não conhecerem a atividade algumas mulheres ainda consideram como um trabalho sujo”, ressalva.

Já no setor de transporte da empresa, a colaboradora Andrea Marcelo Alves Albino, é a única mulher na atividade de controladora de tráfego. Neste departamento a atividade nunca para, e ela reveza seu trabalho com três homens.

Andrea afirma que o trabalho conjunto entre homens e mulheres no desempenho de uma mesma função só traz vantagens. “Essa forma de trabalhar faz com que uns aprendam com os outros, promove uma soma de habilidades e traz os resultados positivos de qualquer trabalho em equipe”.

Mudanças estruturais

O ingresso das mulheres no mercado de trabalho apresenta uma nova estruturação da família brasileira. De acordo com dados do IBGE, atualmente no país, cada vez mais mulheres comemoram o Dia do Trabalho, celebrado em 1º de maio. Elas já somam 39 milhões de trabalhadoras, para os 41, 7 milhões de homens.

Para a assistente de administração de pessoal da FTC, Maria Kuntz Luiz, o fato de trabalhar traz muitas mudanças não só para ela, mas para a família. “Eu tive que procurar creches e outras alternativas. Às vezes meus filhos até gostariam que eu passasse mais tempo em casa, mas não acho que meu trabalho os tenha prejudicado. Crianças com mães que trabalham são menos dependentes”, destaca Maria. “Além disso, o fato de trabalhar faz com que na minha casa haja uma divisão das atividades”, revela.

De acordo com ela, a mulher que trabalha precisa de uma contribuição maior do marido na realização das tarefas e cuidados com casa e filhos. “Claro que como mulher tenho que dar conta de muito mais coisas, mas, respeitando as agendas de cada um, tomamos conta juntos de nossas responsabilidades, sem uma separação do que é tarefa do homem e do que é tarefa da mulher”, conta Maria.

Fonte: Comunicação FTC

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