15/06/2005

Ferrovias anunciam investimentos em feira internacional

A Ferrovia Tereza Cristina está participando, junto com a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários, da Brazil Rail 2005 – Feira Internacional de Ferrovias, no Rio de Janeiro. O evento, que encerra amanhã, acontece a cada quatro anos, sendo este o primeiro na América Latina. A Feira conta com 120 expositores em uma área de 10 mil m² e tem como anfitriã a Companhia Vale do Rio Doce. Paralelamente à Feira, está acontecendo a 8ª Conferência Internacional de Transporte de Ferrovias de Carga pesada e o Seminário Internacional de Negócios Ferroviários, voltados para a apresentação dos programas de investimentos das operadoras heavy haul (transporte de carga pesada) de oito países: EUA, Canadá, África do Sul, China, Rússia, Índia, Austrália e Brasil. Investimentos - Na abertura do evento ontem, o diretor executivo da ANTF, Rodrigo Vilaça, anunciou que as concessionárias de ferrovias pretendem investir R$ 7,1 bilhões até 2008 na melhoria das malhas e na compra de vagões e locomotivas, com o objetivo de elevar a produtividade e ampliar a movimentação de cargas no país. Só neste ano as 11 concessionárias de ferrovias que operam no Brasil vão comprar 225 locomotivas e 9.100 vagões, num investimento de cerca de R$ 2,1 bilhões. Com os investimentos, o setor prevê elevar sua participação no total de cargas transportadas no país dos atuais 26% para 28% e aumentar a velocidade média das composições de 37 km/h para 45 km/h. Hoje, as rodovias transportam 62% do volume total de cargas movimentadas no Brasil. Segundo Vilaça, os transportadores ferroviários estão fazendo sua parte. A partir da concessão dos serviços de transporte ferroviário à iniciativa privada, em 1996, as empresas já investiram R$ 4 bilhões nos últimos sete anos. Nesse período, a produtividade dos vagões aumentou 94%, o número de acidentes diminuiu 55% e a participação das ferrovias no transporte de cargas subiu de 19% para 24%. No caso da Ferrovia Tereza Cristina, os investimentos em projetos de segurança, recuperação e manutenção de locomotivas, vagões e via permanente, promoveram, entre outras melhorias, a redução do número de acidentes em aproximadamente 95%, colocando a FTC entre as ferrovias mais seguras do país. “Todo esse esforço, no entanto, será insuficiente se não houver participação efetiva do governo federal, responsável pela infra-estrutura”, destacou Vilaça. É necessário aplicar R$ 11,3 bilhões nas ferrovias entre 2004 e 2008, sendo que R$ 4,2 bilhões competem à União. Vilaça enumerou algumas opções para a efetiva contribuição do governo no setor ferroviário, entre as quais a aplicação da CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) conforme previsto na legislação. Segundo ele, o óleo diesel consumido pelas locomotivas rende uma arrecadação de R$ 458 milhões anuais para o governo, que deveriam ser destinados à infra-estrutura ferroviária. Pelo modelo de concessão, as empresas ficam com a responsabilidade de recuperar malhas e trens, enquanto cabe ao governo fazer as obras de expansão, contornos, variantes (desvios) e ressarcir moradores que tenham de ser eventualmente desalojados por estarem em áreas da faixa de domínio das ferrovias.

Fonte: Comunicação / FTC

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