

Contrato até 2040 assegura a operação do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda e sustenta a cadeia do carvão no estado, mantendo 21 mil empregos e movimento econômico bilionário

Com isso, a indústria de extração de carvão em SC mantém uma parceria firme com seu principal cliente, sustentando uma cadeia que gera R$ 6 bilhões ao ano e mantém cerca de 21 mil empregos.
A assinatura do CER (Contrato de Energia de Reserva) ocorreu no dia 3 de julho, justamente na data em que o CTJL, atualmente gerido pela Diamante Energia, completou 60 anos de operação. O complexo possui quatro usinas, sete geradores de energia, 740 megawatts de capacidade total instalada e cerca de mil funcionários.
“Na semana em que o CTJL comemora suas bodas de diamante, a Diamante e a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) assinaram o CER, que vai nos garantir, pelo menos até 2040, que o complexo continue operando e crescendo. Não só o complexo, mas toda a cadeia produtiva”, garante o presidente do Conselho da Diamante Energia, Jorge Nemr.
Para as lideranças do setor carbonífero, a assinatura do contrato concretiza e assegura a continuidade do processo de Transição Energética Justa, previsto na Lei nº 14.299, de janeiro de 2022, durante o período de 1º de janeiro de 2026 a 31 de dezembro de 2040. O contrato das carboníferas com o CTJL iria até 2027, mas agora deve ser estendido ainda neste mês por mais 15 anos.
“Essa conquista representa também uma garantia de empregos, de renda e de estabilidade para milhares de famílias que dependem, direta e indiretamente, dessa relevante cadeia produtiva. O segundo passo é a contratação das empresas junto ao Complexo Termelétrico Jorge Lacerda”, explica Astrid Barato, presidente do Siecesc (Sindicato da Indústria de Extração de Carvão de Santa Catarina).
A continuidade do CTJL também é comemorada pelo presidente da ABCM (Associação Brasileira de Carvão Mineral), o engenheiro de minas Fernando Luiz Zancan.
“Nós temos mais 15 anos de usina. Essa é a maior novidade. Há um investimento na usina na ordem de R$ 2,2 bilhões, e o contrato de energia soma alguns bilhões. Isso é dinheiro que vem para a região. A Jorge Lacerda é o coração de toda essa cadeia produtiva, que envolve mina, transporte, usina e o uso da cinza na produção de cimento”, comenta.
A indústria carbonífera é um dos motores do desenvolvimento econômico dos municípios de Santa Catarina que produzem carvão ou se beneficiam desse recurso natural. É no Sul onde a cadeia produtiva está estabelecida, desde a extração, passando pelo transporte feito pela FTC (Ferrovia Tereza Cristina), até o uso para a produção de energia no CTJL.
Em 2025, a FTC completou 28 anos de atuação na região Sul de Santa Catarina. Conforme dados da própria concessionária, neste período foram transportados 80 milhões de toneladas de carvão mineral e cargas em geral. Ao todo, são 164 quilômetros de ferrovia que cortam 14 cidades entre Siderópolis e Imbituba.
Pelos trilhos da FTC é transportado o carvão que abastece o Complexo Termoelétrico Jorge Lacerda. O mineral é extraído, atualmente, em três cidades que ainda possuem minas ativas: Treviso, Içara e Lauro Müller, que são cruciais para essa cadeia produtiva que envolve 15 municípios.
Fonte: Portal ND +