A Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM) promoveu o primeiro Curso de Capacitação em Carvão Mineral, realizado de 28 de julho até o dia 02 de agosto, nas dependências da Associação Beneficente da Indústria Carbonífera (Satc). O principal objetivo do curso foi nivelar informações com órgãos do governo, com o intuito de discutir questões relacionadas ao carvão, definindo políticas estratégicas e projetos, envolvendo, inclusive, o treinamento de pessoal, esclareceu o presidente da ABCM, engenheiro Fernando Luiz Zancan. O curso foi formado por palestras e visitas técnicas, que apresentaram a geopolítica do carvão mineral, suas reservas e classificações, novas tecnologias de mineração e uma avaliação econômica da geração de energia elétrica.

O engenheiro de Minas da ABCM, Cleber Gomes foi o primeiro palestrante do curso, abordando questões que envolvem a geopolítica do carvão, como sua distribuição geográfica e processos de mineração. O pesquisador da Fundação de Ciência e Tecnologia, engenheiro David Chazan ministrou palestra sobre carvão pulverizado, perspectivas tecnológicas e gaseificação de carvão. Ele explicou que a principal meta dos países que utilizam o carvão como fonte de energia é o uso de tecnologias limpas para o mineral. O engenheiro de Minas e pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Carlos Sampaio, foi o palestrante da terça-feira, abordando os processos de separação e beneficiamento do carvão. O transporte do mineral e o consumo de energia em processos de transporte ficaram por conta do gerente comercial e de transporte da Ferrovia Tereza Cristina (FTC), Carlos Menezes. Ainda na terça-feira a geóloga do Centro Tecnológica de Carvão Limpo (CTCL) da Satc, Luciane Garavaglia falou sobre a classificação energética do carvão, a geografia do carvão e das reservas brasileiras. As questões relacionadas ao meio ambiente foram expostas pelo engenheiro de Minas do CTCL, Márcio Zanuz.

A palestra da quarta-feira pela manhã foi relacionada às emissões e mitigação de efeitos ambientais, custos e preços, impostos, taxas e tarifas, realizada na Tractebel Energia, em Capivari de Baixo (SC). No período da tarde, iniciaram as visitas técnicas no Complexo Termelétrico Jorge Lacerda e no Museu Ferroviário (ida de trem), em Tubarão. A quinta-feira foi marcada por uma visita à Mina Verdinho, da Carbonífera Criciúma, em Forquilhinha e no período da tarde os participantes conheceram a área de recuperação ambiental da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), localizada em Siderópolis. No mesmo dia, uma visita técnica foi realizada na Usina de Beneficiamento da Carbonífera Metropolitana, também em Siderópolis. Na sexta-feira à tarde os participantes conheceram uma mina a céu aberto da Copelmi, localizada no município de Butiá (RS). O último dia do curso foi marcado por uma visita à Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e à Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), ambas localizadas em Candiota (RS). Segundo Zancan, as visitas técnicas foram importantes para discutir diversas técnicas entre mineração, recuperação ambiental, minas subterrâneas, a céu aberto e vislumbrar toda a cadeia produtiva do carvão.

De acordo com o também engenheiro da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), José Mauro Campos, a idéia de realizar o curso foi excelente. "É uma oportunidade do setor de planejamento estar próxima do setor produtivo, adquirindo confiança entre as partes", relata. Participaram do curso representantes do Siecesc, Satc, EPE, Tractebel Energia, Operador Nacional do Sistema (NOS), FTC e Copelmi, totalizando cerca de 20 participantes.

Fonte: SIECESC